Foto feita com IPhone da Esplanada dos Ministérios em Brasília (Mariana Tavares) |
Relendo Cecília me deparei com um poema fabuloso, simples e direto. Podem mexer na fotografia, só não se pode mexer na alma que a constrói e a torna o único retrato de um momento. Simples assim! Cecília deixa claro a necessidade de garantir que no futuro possamos nos reconhecer naquele velho retrato, ainda que não saibamos mais se tínhamos mesmo aquele rosto, o importante é sabermos sempre a alma por trás das manipulações e modificações de uma imagem.
Mesma foto com alguns filtros ganha contornos mais dramáticos. Será mesmo mera ilusão?! |
Ahh e claro, teremos poesia!
ENCOMENDA
por Cecília Meireles
Desejo uma fotografia
como esta - o senhor vê? - como esta:
em que para sempre me ria
com um vestido de eterna festa.
Como tenho a testa sombria,
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.
Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
ponha uma cadeira vazia.
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