quinta-feira, 22 de setembro de 2011

De onde viemos, para onde vamos e o que vivenciamos nesse meio tempo?

Cartaz de divulgação do filme A Arte da Vida
Cartaz do filme A Árvore da Vida
Ontem assisti ao filme (para mim entre o excelente e o formidável) A Árvore da Vida. E a julgar pelos demais espectadores na sala, poucas pessoas ostentam o parêntese acima. Com pouco mais de 20 minutos de filme saiu o primeiro casal, mais dez minutos e em meio a risinhos de um grupo de mocinhas interessadas em algo mais “Onze Homens e um Segredo” saiu um homem e mais um casal. Pouco mais de uma hora de projeção e um terceiro casal desistiu, minha companheira dormia em meio às cenas lentas e longas e eu parecia ser a única interessada no que acontecia na tela.

Fim do filme. Descobri que mais algumas pessoas (uma moça à frente, um casal atrás, um homem no fundo do cinema) ostentam também o parêntese anterior a esse. Comecemos então pelos motivos das mocinhas: o filme tem Brad Pitt e Sean Penn encabeçando o elenco. Em entrevista Sean declarou que a montagem acabou com o filme. Simples, a montagem tirou 70% das cenas gravadas por ele e tornou seu personagem quase desnecessário. Ele interpreta Jack adulto, mas sinceramente o poço de amargura em que ele se transformou ficou claro em cada segundo da fabulosa interpretação do jovem que faz Jack adolescente. Mas é ele, o Jack adulto capaz de decifrar sentimentos e filosofar que cria o espetáculo que vivenciei!


Brad Pitt prova que sabe fazer cinema e dá vida a um pai que muitas vezes lembra O Pai da Santíssima Trindade (ama Seus filhos e exatamente por isso quer fazê-los melhor que Ele, não apenas à Sua imagem e semelhança, mas Sua evolução). Ele é o “pai que nos machuca” e que sequer conseguimos entender o motivo. Ele bem que tenta responder com palavras tão duras quanto gentis: “desculpa”, “queria torná-los mais fortes, melhores que eu”, “amo você”. Mas ainda questionamos e ainda sentimos as dores por Ele causadas!

Para completar o filme é pura contemplação e sentimento! Big Bang, explosões, vulcões, embriões, células se fundindo, a comunicação entre todos os seres – incluindo dinossauros – e uma singela contribuição para as respostas das perguntas que dão título a esse post.

Foto do olho da fotógrafa. Autorretrato de um olhar
Contemplação autorretrato por Mariana Tavares
Ao final apenas sentimento puro, sem qualquer capacidade de definição me inundavam. Saí da sala com a certeza de que tinha vivenciado plenamente o cinema – imagem em movimento, som de nos tirar do rumo e sentimentos à flor da pele – e sem a menor capacidade de dizer nada a respeito do que tinha visto e sentido. Agora, quase 24 horas depois já consigo descrever um pouco melhor o que vi e senti; e a minha melhor definição? Contemplação e sentimento em imagens em movimento e o principal respostas sem as perguntas, filosofia pura.
Isso nos leva a uma obrigatória desconstrução. Se não tenho perguntas e só respostas, então agora me cabe achar que pergunta cabe em cada resposta! Encontrei singelas contribuições para responder às perguntas do título deste post. E você encontrou as perguntas das suas respostas. E lembre-se de não tentar entender, apenas sentir a profusão de imagens que querem exatamente isso: desconstruir seu jeito de sentir o cinema.

Aos que querem saber se recomendo, digo: se você quer filosofar e sentir, sim! Se você quer se divertir, talvez Onze Homens e um Segredo seja a melhor opção do Brad Pitt! Aqui a melhor crítica que li do filme.


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