segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Temperatura de cor - a mágica de criar o clima

É engraçado pensarmos em um quesito que para muitos amadores foge de suas capacidades, ou até mesmo daquilo que gostam de se preocupar. A maior preocupação de grande parte dos fotógrafos amadores está no enquadramento ou no foco. Com isso perdem grandes oportunidades de criar climas e deixar claras suas intenções por não se preocuparem com coisas básicas e de extrema relevância. E um desses fatores é a Temperatura de Cor da foto.
Cena do filme Fargo, frieza no tom!
Cena do filme Fargo
Como parte dessa discussão de hoje vou lhes dar de presente um link para um curso online sobre temperatura de cor. Para destacar a importância do tema ele aborda dois filmes de características bem distintas nesse quesito. O frio Fargo e o quentíssimo Faça a coisa certa. No primeiro os tons frios e o excesso de branco e cinza deixam claro a intenção da fotografia, criar um clima de relativo distanciamento que provoca no espectador a sensação de que ele está investigando os crimes. É necessário um afastamento para ser capaz de avaliar e julgar as situações com mais clareza. Os tons frios criam esse afastamento ao mesmo tempo que criam também a necessária imagem de frieza e calculismo de um sequestro forjado.
Cena do filme Faça a coisa certa
No outro contraponto Faça a coisa certa, de Spike Lee, é quente e provoca os sentimentos mais intensos no espectador, trazendo a tona mais sentimentos do que análise e avaliações. Assim o abuso de tons quentes e a busca pela imagem de alto contraste provocam os instintos e não a racionalidade humana.
Foto de Mariana Tavares com temperatura ajustada para esfriar imagem e criar distanciamento e/ou transmitir tristeza.rFoto de Mariana Tavares mostra alegria e intensidade no caminho do mar!No cinema talvez pareça mais fácil entender essa dualidade e essa diferença fique mais evidente do que na fotografia estática. Mas é nessa segunda que nasce a intencionalidade do que se quer revelar. Se eu quero contar uma viagem que foi triste, que teve momentos de desesperança ou quero provocar o afastamento do meu espectador ante a imagem revelada - não necessariamente o afastamento é ruim - a foto da minha viagem deve ser fria, distante e sem contrastes intensos. Se quero o contrário mostrar muita alegria e intensidade, aumento o tom e a temperatura de cor e deixo isso claro. Nem sempre a alegria e a intensidade são boas também. Tudo sempre depende do que queremos mostrar e uma mesma imagem muda radicalmente quando sabemos o que queremos dizer.
Que tal aprender um pouco mais sobre isso?! Deixo a porta aberta!

http://filmmakeriq.com/courses/the-history-and-science-of-color-temperature/

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Um álbum de viagem

É impressionante como algumas mudanças transformam por completo nossa vida! Há vinte anos fiz uma viagem em família – eu, meus pais e meu irmão – e passamos mais de vinte dias percorrendo as capitais do Nordeste. Ao todo foram 7 estados, umas 10 cidades e pelo menos umas 40 praias diferentes. Para completar foram várias visitas a igrejas, fortes e outros pontos turísticos. Ao final um saldo extraordinário de quatro rolos de 36 fotos e a bagatela de quatro álbuns.

Os antigos álbuns de viagem da família priorizavam as pessoas nos lugares
Eu em passeio no Delta do Parnaíba - os antigos álbuns
 de viagem tinham foco nas pessoas nos lugares. Poucas
fotos traziam só a paisagem ou algum detalhe do lugar.

Agora, tenho saldos bem diferentes das minhas últimas imagens. Para a Europa, por exemplo, em 16 dias, dois países, duas capitais (Roma e Paris), três cidades da Toscana (Florença, Lucca e Pisa) e a pequenina mudança de máquina fotográfica (agora digital) tive um tsunami no meu álbum de fotos. Como mostrar às pessoas a bagatela de 4.537 imagens e mais alguns vídeos? Não há álbum que suporte tantas imagens e nem olhos capazes de em uma sentada achá-las interessantes. Resultado, uma compilação, um vídeo agregando todas e uma infinidade de amigos cobrando as imagens que não foram reveladas ainda nas diversas redes sociais.
A simples mudança de ferramenta fotográfica mudou radicalmente o jeito das pessoas viajarem. Antes em cada lugar que chegávamos ficávamos horas absorvendo aquela atmosfera até que fôssemos capazes de escolher o melhor ângulo, o ponto que traduziria com perfeição aquele lugar. Sem muitos arroubos, segurávamos com firmeza a máquina, mirávamos no lugar certo e “clik, rrrresch” pronta para bater a próxima foto, no próximo ponto turístico ou praia.
As fotos do lugares e de detalhes ou posições diferentes são típicas nos álbuns atuais de viagens
Catedral de Notre Dame de um ponto de vista diferente -
As fotos dos lugares e de detalhes ou posições diferentes
são típicas nos álbuns atuais de viagens
Agora as pessoas viajam e passam o mínimo de tempo necessário para o máximo de fotos de cada lugar. Na Europa cheguei a observar cenas cômicas de grupos de turistas que olhavam para um lado e miravam a máquina para o outro. Assim conseguiriam ter todos os detalhes. Mas será?! Eu me pergunto se o ideal é mesmo esse ou se o ideal é o clique certeiro.

Sejamos sinceros; nem 8, nem 80; o ideal é olhar, sentir, viver e se der tempo fotografar vários cliques certeiros ou várias vezes o mesmo.
Quer ver mais fotos das minhas viagens visite minha galeria no Flickr.

domingo, 28 de julho de 2013

Um pouco de moda e vitrines, imagens diferentes

Quando estive na Europa, uma das coisas que mais me impressionou foram as vitrines. Verdade que estava também preocupada em fotografá-las para mostrar à minha mãe, uma especialista no assunto. Acabei fazendo um pequeno vídeo com essas imagens que agora mostro a vocês.
Moda, é assunto impressionante e impactante para quem viaja muito porque as vitrines temmuito impacto,como a famosa vitrine da Tiffany na Quinta Avenida em Nova York.


Mas a moda nasce de algo bem mais simples, a costura que se junta à cultura do local e do momento. Como não sou especialista, deixo para Glória Kalil maiores explicações e para o  o blog Be a Bá da Costura os ensinamentos básicos para quem quiser se aventurar nas máquinas do mundo da costura.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Quando a foto vira desenho - 2


Foto de uma micro orquídea sem qualquer tratamentoA transformação de uma foto em desenho contraria o próprio princípio da arte do manejo dos pincéis. Quando pensamos em desconstruir e reconstruir uma imagem muitas vezes temos que ter a consciência de que ao fazermos isso estaremos resignificando a imagem. Mas além do próprio pensar essa modificação ela exige algo mais: conhecimento.

Já decidimos que o melhor jeito de mostrar uma imagem é transformar em desenho uma imagem, mas como fazer isso?

Mesma foto anterior transformada em um desenho que mudou sua significação original.São dois os caminhos possíveis e nesses dois outros tantos. O primeiro consiste em a partir de uma imagem reconstruí-la como um desenho. Pegamos a foto, traçamos por cima dela – com papel vegetal – o desenho e a partir disso podemos modificá-la com outros tons, imagens, cores e até mesmo outras formas. Eu fazia exatamente assim quando era criança. Hoje esse mecanismo é bem possível em programas de desenho no computador, onde colocamos a imagem e com o mouse desenhamos por cima dela, modificando o traço.
 
Também podemos converter uma foto em vetor (traço) e a partir disso modificá-la. A outra, totalmente diferente é utilizar apenas os mecanismos do computador e os softwares de tratamento de imagens. Aí, nesse caminho o buraco é um pouco mais embaixo.

Na reconstrução da imagem pelo photoshop o caminho passa pela total descontrução da imagem anterior. Não estamos copiando e modificando seu traço e cores apenas, muitas vezes estamos mudando a estrutura e o próprio conceito da foto tirada, focando em um detalhe, em uma sombra ou muitas vezes em uma forma que nem estava na imagem original. Outras pessoas, certamente são mais capazes de ensinar o como se faz de cada técnica e darei a elas o direito de ensiná-los. A mim cabe apenas levantar o debate e colocá-los pra pensar nas possibilidades. Hora de fazer o seu.









terça-feira, 23 de julho de 2013

Quando a foto vira desenho


Foto de uma orquídea tratada e transformada em desenho.Transformar uma foto em desenho é um trabalho nem tão complicado (um conhecimento bem básico de photoshop garante esses caminhos), mas garantir que essa foto ganhe destaque é sim um difícil processo. Primeiro porque nem sempre conseguimos definir nos traços criados o movimento e a dimensão que a imagem deve ter e segundo porque muitas vezes diante do desenho nos sentimos menos arrepiados e mais soltos. O traço do desenho atrai pela leveza e pela sensação “divertida” que provoca, enquanto o traço da foto atrai pela força e pela realidade que impacta o olhar.

Por essas e outras antes de transformar foto em desenho precisamos definir o propósito dessa transformação. O que queremos é apenas mostrar a foto de um jeito diferente, mais leve e divertido ou queremos construir outra imagem totalmente diferente.
Foto do Congresso tratada para desenho.
Só a partir desses rumos podemos escolher qual o melhor caminho para essa transformação. Se reconstruímos uma nova imagem com traço desenhado igual a anterior ou com poucas diferenças ou se fazemos algo totalmente novo e reformulamos a ideia original. Mas o importante é entender que qualquer que seja o caminho escolhido, a imagem ainda terá um significado próprio e diferente da imagem que a originou.

Hoje apresento dois trabalhos que fiz, tanto as fotos como os desenhos originados delas. Futuramente alguns caminhos para essas transformações.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Paisagem, o retrato de um lugar

A imagem muitas vezes é comum, retrata o que muitos já viram e algumas vezes nem tem nada de especial, mas ainda assim fascina. A foto de paisagem é um dos tipos de foto mais comuns, mas nem por isso mais fácil. Achar o equilíbrio perfeito entre o pedaço que se quer mostrar, a luz do momento exato e a "cara" do lugar escolhido nem sempre é tarefa fácil.

Foto de lago no Zoológico de Brasília, no fim de tarde com filtro em P&B.
Paisagem no Jardim Zoológico de Brasília - a mudança para P&B aumenta o impacto da foto.


Paisagem que mostra o caminho no parque Villa Borghese em Roma, Itália.
Parque Villa Borghese em Roma - o caminho é o destaque
na paisagem
Por ser uma imagem muitas vezes comum procuramos situações e até mesmo idéias que possam diferenciar nossa foto das demais, mas isso nem sempre é possível. Então como ser diferente quando temos tudo para ser igual? Uma boa sugestão é brincar com a luz, mudar o ângulo comum e buscar elementos que modifiquem e quebrem a rotina daquela paisagem. E mesmo assim não se assuste se ao final você não gostar nadinha do que vê.

Outra possibilidade interessante é buscar contar uma história no meio daquela paisagem. Isso pode definitivamente fazer diferença na imagem que você mostra. Uma paisagem mostrando montanha e mar é bela, fascinante e comum. Mas uma paisagem mostrando um caminho quase infinito pode ser uma história diferente. Mas o principal é não ter medo de testar, e de buscar paisagens inexploradas, você pode se surpreender com o que é capaz de criar.

Foto que mostra a cidade de Paris vista do mirante em frente a Sacre Coeur. Detalhe na foto mostra ponta do telescópio usado no mirante.
Paris vista da Sacre Coeur - o desfoque, o P&B e os detalhes
que contornam a imagem mudam a paisagem



quinta-feira, 11 de julho de 2013

Entre a luz e a escuridão





A luz que me modela
Traz as sombras do que fui.
O fascínio do que vivi,
Nos contornos que revelo,
Segue além de mim.











A fotografia é a capacidade da luz ser absorvida por um objeto ou suporte. Esse é o princípio básico do mecanismo fotográfico. Ou numa definição mais complexa, FOTOGRAFIA é uma palavra de origem grega que significa desenhar com luz e contraste. É a técnica de criação de imagens por meio de exposição luminosa, fixando-as em uma superfície sensível.
Nesse contexto é impossível pensar em uma imagem que não seja resultado do jogo fabuloso de luzes e sombras. Mas é quando esse jogo se torna a essência da imagem que ele ganha o merecido destaque. Eu particularmente gosto muito dessas imagens que misturam esse jogo de luz e sombras e costumo fazer muitas fotos assim. E nesse fascínio que esse jogo nos proporciona podemos educar o olhar para outras imagens que nascem dessa fantasia.




terça-feira, 9 de julho de 2013

É sempre o momento exato?!

Foto tirada no trajeto Brasília - Goiânia. Retrato do instante do fim da tarde no cerrado Brasília.
Os reflexos das árvores secas na água criaram a ilusão "fantasiosa" de outras árvores.
Uma imagem fotográfica reflete essencialmente um momento, mas também pode ser o retrato de uma ideia, de um sonho, ou de uma fantasia. Poucas são as imagens que naturalmente traduzem o momento exato e também a fantasia. Isso porque a fotografia nasceu de um princípio básico: de que é um registro de um instante. Com o tempo ganhou status de arte (nas mãos de alguns fotógrafos fabulosos), mas não deve abandonar seu princípio básico sob o risco de se tornar o que não é: apenas uma obra de arte. E nesse contexto o “apenas” se encaixa perfeitamente.

Para mostrar exemplos de fantasia e momento muito bem encaixados, um pouco de Elliott Erwitt: http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=28301

quarta-feira, 26 de junho de 2013

COMO VER O QUE ACONTECE, OU COM QUEM EU QUERIA VER



Netos cantam no aniversário de 80 anos do meu vô Luiz
Ontem, 25 de junho de 2013, meu avô Luiz Miranda faria aniversário (89 anos)! E, em tempos de revolta e tanta discussão política nas ruas, tenho me lembrado muito dele. Eu tenho me perguntado duas coisas básicas: o que ele acharia dessa mobilização social com cara de gigante acordado e jeito de moleque assustado?, e o que ele diria ao assistir os jornais?

Meu avô foi o homem mais politizado e coerente que conheci – seguido bem de pertinho pelo meu pai – e apesar de não concordar com todas as suas ideias, sou obrigada a concordar que elas tinham, todas, fundamento.  A capacidade de fundamentar e de estruturar o pensamento era uma das maiores qualidades do velho Luiz. E com ele aprendi que jornais mentem, que a TV nem sempre está certa e que conhecimento nunca é demais, desde que a gente saiba usá-lo. Sei que nisso costumo falhar com mais frequência do que eu gostaria.

Lembro com carinho da minha primeira viagem sozinha ao Piauí . Foi uma viagem que meu padrinho me levou e eu passei vários dias na casa dos meus avós. Sinceramente não lembro de tudo, até porque eu só tinha três anos, mas tenho uma lembrança especial do meu avô discutindo os jornais com o povo daquele fim de mundo que era Demerval Lobão há mais de 20 anos. Ali aprendi que tinham pessoas que assistiam e pessoas que viam televisão. No primeiro grupo, aqueles capazes de analisar criticamente o que viam e assim eram também capazes de apreender, considerar e por fim aceitar aquilo que lhes convinha. No segundo grupo, aqueles que recebiam a informação e apenas a armazenavam sem qualquer avaliação e portanto não eram capazes de separar joio de trigo.

Meu avô assistia, na sequência, quatro jornais – primeiro o nacional da Band, seguido pelo local do PI, o Nacional da Globo e  por fim o nacional do SBT. Nos intervalos se dividia entre responder as perguntas que minha vó fazia e atender os vizinhos com suas perguntas também. Ao final um apanhado geral e encerrava com uma frase que me marcou muito: de hoje posso tirar tal coisa como produtiva. Amanhã outro dia. Eu achava aquilo muito engraçado.

Depois dos jornais ele fechava portas, janelas (eram janelas grandes de madeira que cobriam quase a parede inteira), mandava minha vó me colocar pra dormir e dizia: “Deus lhe abençoe e lhe ensine a assistir o mundo passar na sua frente”. Eu não entendia nada, mas achava legal ele dizer. Mais divertido ainda era quando meus tios ou tias assistiam junto, eles discutiam como se estivessem numa plenária. Eu acho que todos os presidentes devem agradecer por não terem tido a necessidade de discutir algo com eles. E o Brasil deve lamentar!
 
Naquelas férias descobri que meu avô convencia pessoas e aprendi o que era um líder. Tenho certeza que se ele fosse vivo, e com toda aquela capacidade daquele tempo, seria capaz de me traduzir cada movimento do enorme tabuleiro de xadrez que estamos vendo. De um lado políticos vorazes e desesperados pelos votos que podem ser engolidos durante as manifestações e, do outro uma sociedade que ainda não escolheu direito seus direitos e nem exerce com presteza seus deveres. No meio, analistas tão perdidos como os moleques que querem ser gigantes.

Meu avô provavelmente diria: “de hoje posso tirar que agora as máscaras serão reveladas, na hora de fazer a vontade popular e isso já é positivo, mas amanhã é outro dia e o povo que nunca mais saia da rua.”

A benção vô e parabéns sempre!

Para completar a homenagem o poema que fiz no dia em que você partiu...

Adeus a um velho
(Homenagem ao meu avô Luiz Miranda)

Um velho pede passagem.
E devo a ele um sincero obrigado!
Um velho negro, belo e simples
Que se despede sem medo ou receio.
Diz que seu tempo aqui findou.
E na alegre certeza do acerto
Sorri levemente na despedida.

Deixa um aceno singelo,
Uma benção guardada,
Um carinho sincero,
A despedida esperada.

Um velho diz a que veio.
E na certeza  de ter feito o melhor
Diz que seu tempo acabou.
E parte para  chegar ao seu lugar
E encontrar o povo seu
O povo que um dia o deixou.

Um velho na idade,
Velho no tempo vivido,
Jovem no jeito da vida
Que sem medo viveu.

Um velho pede passagem.
E cercado do amor que um dia ensinou,
E que na verdade mais aprendeu,
Ele enfim diz adeus.
E se despede das dores e mágoas
Que lhe encheram o peito
E algumas vezes o copo,

E que deixaram no velho suas marcas,
Na cabeça branca,
No fígado grande,
No corpo doente,
Na mente que serenamente
E devagar se despediu antes do velho.

O tempo passou para o velho.
E vai passar também para os que ficaram,
E que irão, novamente, o velho encontrar.
E quando esse dia chegar
Dirão singelamente ao velho:

Obrigado velho!
Por ter nos deixado
Fazer parte da sua vida
Por ter nos ensinado a acreditar
A pensar, e a viver
Por ter nos permitido errar
E ensiná-lo a amar e morrer

Obrigado velho!
Por ter nos colocado no mundo
Por ter nos deixado entrar no seu
Por ter nos mostrado como ver
O mundo.

Obrigado velho!
Por nunca ter morrido
Por ter permanecido na nossa história
Mesmo depois de tudo
E principalmente por esse tudo.

Obrigada velho!
Por ser meu avô,
Pai da minha mãe
Avô do meu irmão
Genro do meu pai
Marido da minha avó!

Obrigada velho!
Por tão serenamente
Ter pedido passagem.


Mariana Miranda Tavares
17/07/2007