sexta-feira, 27 de março de 2015

Sensor de luz, nosso filme fotográfico atual

O sensor de luz é o filme fotográfico das máquinas digitais. Antigamente as máquinas fotográficas registravam as fotos com a gravação da luz em filmes. Os filmes desenhavam a imagem a partir da quantidade de luz para receber versus a recebida. Atualmente com as câmeras digitais, as imagens ficam armazenadas "na memória", mas o princípio da luz continua muito semelhante ao do filme. E a diferença aqui está no fato de que a captação da imagem, antes no suporte filme, agora acontece no suporte chamado Sensor de Luz.

O sensor de luz é um componente eletrônico da máquina fotográfica que recebe a imagem fotografada e converte essa imagem em pixels, um tipo de formato em arquivo digital que será armazenado na memória da máquina ou do cartão fotográfico. Ao contrário do filme, nós não tocamos no sensor, mas ele fica na mesma posição em que ficava o filme antes. E é fácil nos lembrarmos que quando tirávamos a foto o filme rodava, trazendo para o centro o espaço vazio para a próxima imagem. Esse princípio se mantém e quando fotografamos hoje o sensor não "roda", mas manda a foto para o processador e a câmera fica pronta para a próxima imagem a ser captada.

Mas então todas as máquinas tem sensores iguais?! Não! Existem dois tipos básicos de sensores (CCD e CMOS) que se diferem pela tecnologia utilizada em cada um. Mas na prática entre eles não existe uma diferença significativa no resultado final, a não ser em situações de muito pouca luz (CCD se sai melhor) e no consumo de bateria (CMOS se sai melhor). Além das tecnologias, os sensores se diferenciam também pelos tamanhos de cada um. Eles podem ser Fullframe ou Crop. E nesse caso tamanho é sim "documento".

O tamanho do sensor é na verdade o que fará a grande diferença nas fotos e na qualidade da máquina escolhida. Quanto maior o sensor de luz, maior será a nitidez e a qualidade da imagem final. Para explicar melhor vamos imaginar uma mesma imagem feita com duas câmeras iguais que tenham apenas o sensor diferente. O sensor maior capta mais imagem do que o menor, ou seja um tamanho, um espaço maior de imagem. Um exemplo visual bem bom pode ser visto no Dicas de Fotografia. A esse corte que tira laterais da imagem damos o nome de Fator de Corte, muito bem explicado no texto do link.

Sensor ao fundo
E é esse espaço não fotografado que faz diferença nas famosas câmeras full frame. Elas possuem sensores de 35mm, equivalente às câmeras de filmes em rolo 35mm que são usadas inclusive para filmes cinematográficos. Tradução simples: uma câmera full frame é para quem vai tirar fotos para outdoor ou captar imagens que serão expostas em telas no tamanho de telas de cinema.


Você pode me perguntar: e as câmeras maiores que full frame, existem?! Sim! Mas estão tão longe do meu pequeno universo (financeiro e de qualidade fotográfica, hehehe) que nem me arrisco a falar sobre elas.

Por fim, acho importante destacar que a escolha do sensor depende mais do objetivo de suas fotos do que do dinheiro no bolso. De nada adianta investir em uma fullframe para fotos de família, porque você nunca vai fazer uso integral do tamanho disponível para sua foto. Da mesma forma se o seu objetivo é produção de imagens de grande escala não adianta economizar na máquina e perder na foto! Veja a lista das câmeras e o tamanho do frame:
  • Uma compacta como a Sony Cybershot tem um sensor de 7.2 x 5.3 mm (esse é o tamanho do quadro captado)
  • Uma câmera DSLR como a Canon 20D tem um sensor de 22.5 x 15.0 mm
  • Uma câmera SLR como a Nikon D5100 tem um sensor de 23.6 x 15.6 mm
  • Uma câmera como a Canon 5D Mark II tem um sensor de 36 x 24 mm - full frame
  • Uma câmera como a Nikon D3X tem um sensor de 35.9 x 24 mm - full frame
E lembre-se sempre que uma máquina precisa de lentes e se uma full frame é cara, as lentes dela também são. Mas a verdade é que nada dessa conversa fará qualquer diferença se quem estiver por trás da câmera não souber usar a técnica e/ou o coração!

segunda-feira, 16 de março de 2015

Luz, a essência da fotografia

Quando pensamos em Fotografia e nos seus princípios básicos, normalmente nos concentramos em entender uma foto como um desenho de luz. Assim, a foto é a representação de algo feito a partir de uma pintura ou um desenho, mas feito com luz. Talvez os Jedis e seus sabres fossem capazes de decifrar melhor essa questão.
Entrada do Jardim Botânico no Rio baixa luz
Nesse contexto podemos definir que a luz e a ILUMINAÇÃO são a alma da fotografia, o pincel com o qual o artista da máquina elabora sua obra. Entender esses princípios é o primeiro caminho para uma boa foto. Mas como utilizar os pincéis de que um fotógrafo dispõe. Como prever, calcular e fazer nossas fotos com a exata quantidade de luz necessária para o que queremos transmitir.
Mais luz na entrada do Jardim Botânico do Rio
O primeiro ponto é entender os mecanismos que regulam a luz na máquina. Assim como nossos olhos que se abrem e fecham para a claridade a máquina dispõe de mecanismos semelhantes. Eles funcionam como nossas pálpebras, retinas, íris etc. Também como nossos olhos as máquina possuem lentes, filtros e outros equipamentos semelhantes aos nossos óculos escuros, lentes de contato e outros mecanismos que controlam a quantidade de luz que nossos olhos absorvem.
Ao longo das nossas próximas postagens vamos entender um pouco melhor cada um desses mecanismos e como utilizá-los. Vamos começar pelo obturador, depois falaremos do diafragma, do ISO, da velocidade ou tempo de exposição, das lentes, dos filtros e por fim do flash e das luzes de estúdio.
Mas antes de tudo isso, precisamos falar um pouco sobre a luz que queremos captar, a imagem que queremos transmitir. Uma imagem mais escura pode transmitir sobriedade, medo, receio, vazio, solidão. Uma imagem mais clara pode ser a tradução de algo mais vivo, mais alegre, mais intenso e ao mesmo tempo menos sério, menos rígido. Essa decisão independe da mecânica e dos equipamentos da máquina. É uma escolha do fotógrafo. É preciso saber qual mensagem queremos transmitir.
A escolha inicial que se faz a partir da mensagem que queremos transmitir é o primeiro passo para a escolha da iluminação necessária de uma foto. Se queremos destacar a aridez de um local, a claridade ajuda nessa sensação de seca enquanto as sombras traduzem o sentimento opressor que a seca nos causa. Uma mesma imagem mais clara traduz um sentimento diferente daquela mesma imagem mais escura.
Aqui no blog já falamos um pouco sobre essa difícil escolha no post Entre a luz e a escuridão. Entender o que queremos já é meio caminho para nos ajudar. Só depois podemos escolher melhor quais ferramentas e como utilizar cada uma delas. Os passos seguintes nós veremos aqui nos próximos dias.