quarta-feira, 31 de julho de 2013

Um álbum de viagem

É impressionante como algumas mudanças transformam por completo nossa vida! Há vinte anos fiz uma viagem em família – eu, meus pais e meu irmão – e passamos mais de vinte dias percorrendo as capitais do Nordeste. Ao todo foram 7 estados, umas 10 cidades e pelo menos umas 40 praias diferentes. Para completar foram várias visitas a igrejas, fortes e outros pontos turísticos. Ao final um saldo extraordinário de quatro rolos de 36 fotos e a bagatela de quatro álbuns.

Os antigos álbuns de viagem da família priorizavam as pessoas nos lugares
Eu em passeio no Delta do Parnaíba - os antigos álbuns
 de viagem tinham foco nas pessoas nos lugares. Poucas
fotos traziam só a paisagem ou algum detalhe do lugar.

Agora, tenho saldos bem diferentes das minhas últimas imagens. Para a Europa, por exemplo, em 16 dias, dois países, duas capitais (Roma e Paris), três cidades da Toscana (Florença, Lucca e Pisa) e a pequenina mudança de máquina fotográfica (agora digital) tive um tsunami no meu álbum de fotos. Como mostrar às pessoas a bagatela de 4.537 imagens e mais alguns vídeos? Não há álbum que suporte tantas imagens e nem olhos capazes de em uma sentada achá-las interessantes. Resultado, uma compilação, um vídeo agregando todas e uma infinidade de amigos cobrando as imagens que não foram reveladas ainda nas diversas redes sociais.
A simples mudança de ferramenta fotográfica mudou radicalmente o jeito das pessoas viajarem. Antes em cada lugar que chegávamos ficávamos horas absorvendo aquela atmosfera até que fôssemos capazes de escolher o melhor ângulo, o ponto que traduziria com perfeição aquele lugar. Sem muitos arroubos, segurávamos com firmeza a máquina, mirávamos no lugar certo e “clik, rrrresch” pronta para bater a próxima foto, no próximo ponto turístico ou praia.
As fotos do lugares e de detalhes ou posições diferentes são típicas nos álbuns atuais de viagens
Catedral de Notre Dame de um ponto de vista diferente -
As fotos dos lugares e de detalhes ou posições diferentes
são típicas nos álbuns atuais de viagens
Agora as pessoas viajam e passam o mínimo de tempo necessário para o máximo de fotos de cada lugar. Na Europa cheguei a observar cenas cômicas de grupos de turistas que olhavam para um lado e miravam a máquina para o outro. Assim conseguiriam ter todos os detalhes. Mas será?! Eu me pergunto se o ideal é mesmo esse ou se o ideal é o clique certeiro.

Sejamos sinceros; nem 8, nem 80; o ideal é olhar, sentir, viver e se der tempo fotografar vários cliques certeiros ou várias vezes o mesmo.
Quer ver mais fotos das minhas viagens visite minha galeria no Flickr.

domingo, 28 de julho de 2013

Um pouco de moda e vitrines, imagens diferentes

Quando estive na Europa, uma das coisas que mais me impressionou foram as vitrines. Verdade que estava também preocupada em fotografá-las para mostrar à minha mãe, uma especialista no assunto. Acabei fazendo um pequeno vídeo com essas imagens que agora mostro a vocês.
Moda, é assunto impressionante e impactante para quem viaja muito porque as vitrines temmuito impacto,como a famosa vitrine da Tiffany na Quinta Avenida em Nova York.


Mas a moda nasce de algo bem mais simples, a costura que se junta à cultura do local e do momento. Como não sou especialista, deixo para Glória Kalil maiores explicações e para o  o blog Be a Bá da Costura os ensinamentos básicos para quem quiser se aventurar nas máquinas do mundo da costura.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Quando a foto vira desenho - 2


Foto de uma micro orquídea sem qualquer tratamentoA transformação de uma foto em desenho contraria o próprio princípio da arte do manejo dos pincéis. Quando pensamos em desconstruir e reconstruir uma imagem muitas vezes temos que ter a consciência de que ao fazermos isso estaremos resignificando a imagem. Mas além do próprio pensar essa modificação ela exige algo mais: conhecimento.

Já decidimos que o melhor jeito de mostrar uma imagem é transformar em desenho uma imagem, mas como fazer isso?

Mesma foto anterior transformada em um desenho que mudou sua significação original.São dois os caminhos possíveis e nesses dois outros tantos. O primeiro consiste em a partir de uma imagem reconstruí-la como um desenho. Pegamos a foto, traçamos por cima dela – com papel vegetal – o desenho e a partir disso podemos modificá-la com outros tons, imagens, cores e até mesmo outras formas. Eu fazia exatamente assim quando era criança. Hoje esse mecanismo é bem possível em programas de desenho no computador, onde colocamos a imagem e com o mouse desenhamos por cima dela, modificando o traço.
 
Também podemos converter uma foto em vetor (traço) e a partir disso modificá-la. A outra, totalmente diferente é utilizar apenas os mecanismos do computador e os softwares de tratamento de imagens. Aí, nesse caminho o buraco é um pouco mais embaixo.

Na reconstrução da imagem pelo photoshop o caminho passa pela total descontrução da imagem anterior. Não estamos copiando e modificando seu traço e cores apenas, muitas vezes estamos mudando a estrutura e o próprio conceito da foto tirada, focando em um detalhe, em uma sombra ou muitas vezes em uma forma que nem estava na imagem original. Outras pessoas, certamente são mais capazes de ensinar o como se faz de cada técnica e darei a elas o direito de ensiná-los. A mim cabe apenas levantar o debate e colocá-los pra pensar nas possibilidades. Hora de fazer o seu.









terça-feira, 23 de julho de 2013

Quando a foto vira desenho


Foto de uma orquídea tratada e transformada em desenho.Transformar uma foto em desenho é um trabalho nem tão complicado (um conhecimento bem básico de photoshop garante esses caminhos), mas garantir que essa foto ganhe destaque é sim um difícil processo. Primeiro porque nem sempre conseguimos definir nos traços criados o movimento e a dimensão que a imagem deve ter e segundo porque muitas vezes diante do desenho nos sentimos menos arrepiados e mais soltos. O traço do desenho atrai pela leveza e pela sensação “divertida” que provoca, enquanto o traço da foto atrai pela força e pela realidade que impacta o olhar.

Por essas e outras antes de transformar foto em desenho precisamos definir o propósito dessa transformação. O que queremos é apenas mostrar a foto de um jeito diferente, mais leve e divertido ou queremos construir outra imagem totalmente diferente.
Foto do Congresso tratada para desenho.
Só a partir desses rumos podemos escolher qual o melhor caminho para essa transformação. Se reconstruímos uma nova imagem com traço desenhado igual a anterior ou com poucas diferenças ou se fazemos algo totalmente novo e reformulamos a ideia original. Mas o importante é entender que qualquer que seja o caminho escolhido, a imagem ainda terá um significado próprio e diferente da imagem que a originou.

Hoje apresento dois trabalhos que fiz, tanto as fotos como os desenhos originados delas. Futuramente alguns caminhos para essas transformações.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Paisagem, o retrato de um lugar

A imagem muitas vezes é comum, retrata o que muitos já viram e algumas vezes nem tem nada de especial, mas ainda assim fascina. A foto de paisagem é um dos tipos de foto mais comuns, mas nem por isso mais fácil. Achar o equilíbrio perfeito entre o pedaço que se quer mostrar, a luz do momento exato e a "cara" do lugar escolhido nem sempre é tarefa fácil.

Foto de lago no Zoológico de Brasília, no fim de tarde com filtro em P&B.
Paisagem no Jardim Zoológico de Brasília - a mudança para P&B aumenta o impacto da foto.


Paisagem que mostra o caminho no parque Villa Borghese em Roma, Itália.
Parque Villa Borghese em Roma - o caminho é o destaque
na paisagem
Por ser uma imagem muitas vezes comum procuramos situações e até mesmo idéias que possam diferenciar nossa foto das demais, mas isso nem sempre é possível. Então como ser diferente quando temos tudo para ser igual? Uma boa sugestão é brincar com a luz, mudar o ângulo comum e buscar elementos que modifiquem e quebrem a rotina daquela paisagem. E mesmo assim não se assuste se ao final você não gostar nadinha do que vê.

Outra possibilidade interessante é buscar contar uma história no meio daquela paisagem. Isso pode definitivamente fazer diferença na imagem que você mostra. Uma paisagem mostrando montanha e mar é bela, fascinante e comum. Mas uma paisagem mostrando um caminho quase infinito pode ser uma história diferente. Mas o principal é não ter medo de testar, e de buscar paisagens inexploradas, você pode se surpreender com o que é capaz de criar.

Foto que mostra a cidade de Paris vista do mirante em frente a Sacre Coeur. Detalhe na foto mostra ponta do telescópio usado no mirante.
Paris vista da Sacre Coeur - o desfoque, o P&B e os detalhes
que contornam a imagem mudam a paisagem



quinta-feira, 11 de julho de 2013

Entre a luz e a escuridão





A luz que me modela
Traz as sombras do que fui.
O fascínio do que vivi,
Nos contornos que revelo,
Segue além de mim.











A fotografia é a capacidade da luz ser absorvida por um objeto ou suporte. Esse é o princípio básico do mecanismo fotográfico. Ou numa definição mais complexa, FOTOGRAFIA é uma palavra de origem grega que significa desenhar com luz e contraste. É a técnica de criação de imagens por meio de exposição luminosa, fixando-as em uma superfície sensível.
Nesse contexto é impossível pensar em uma imagem que não seja resultado do jogo fabuloso de luzes e sombras. Mas é quando esse jogo se torna a essência da imagem que ele ganha o merecido destaque. Eu particularmente gosto muito dessas imagens que misturam esse jogo de luz e sombras e costumo fazer muitas fotos assim. E nesse fascínio que esse jogo nos proporciona podemos educar o olhar para outras imagens que nascem dessa fantasia.




terça-feira, 9 de julho de 2013

É sempre o momento exato?!

Foto tirada no trajeto Brasília - Goiânia. Retrato do instante do fim da tarde no cerrado Brasília.
Os reflexos das árvores secas na água criaram a ilusão "fantasiosa" de outras árvores.
Uma imagem fotográfica reflete essencialmente um momento, mas também pode ser o retrato de uma ideia, de um sonho, ou de uma fantasia. Poucas são as imagens que naturalmente traduzem o momento exato e também a fantasia. Isso porque a fotografia nasceu de um princípio básico: de que é um registro de um instante. Com o tempo ganhou status de arte (nas mãos de alguns fotógrafos fabulosos), mas não deve abandonar seu princípio básico sob o risco de se tornar o que não é: apenas uma obra de arte. E nesse contexto o “apenas” se encaixa perfeitamente.

Para mostrar exemplos de fantasia e momento muito bem encaixados, um pouco de Elliott Erwitt: http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=28301