terça-feira, 27 de setembro de 2011

A Imagem do Abstrato

Infinito Abstrato por Mariana Tavares
Bolhas no azul abstrato
por Mariana Tavares
É interessante pensar que é possível construir imagens que se configuram claramente como abstratas. Essas imagens não traduzem um local, uma pessoa ou mesmo uma situação ou momento. Elas representam um conceito (concreto, colorido, forma básica).

Textura por Mariana Tavares
 
Essas fotos dificilmente se encaixam em algum perfil e muitas vezes traduzem sensações indescritíveis para o próprio fotógrafo: o vazio, o incômodo, o aperto, o nada. Mas se as traduções são igualmente abstratas porque então essas imagens estão a preencher o universo?

Simples, imagens abstratas motivam, provocam dilaceram e são essencialmente plásticas traduzindo uma beleza e uma agradável sensação de pertencimento a quem a faz e a quem a vê. E é dentro desse pertencimento que convido você leitor a sentir as imagens do abstrato que aqui se encontram.
Fundo no abstrato por Mariana Tavares

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

De onde viemos, para onde vamos e o que vivenciamos nesse meio tempo?

Cartaz de divulgação do filme A Arte da Vida
Cartaz do filme A Árvore da Vida
Ontem assisti ao filme (para mim entre o excelente e o formidável) A Árvore da Vida. E a julgar pelos demais espectadores na sala, poucas pessoas ostentam o parêntese acima. Com pouco mais de 20 minutos de filme saiu o primeiro casal, mais dez minutos e em meio a risinhos de um grupo de mocinhas interessadas em algo mais “Onze Homens e um Segredo” saiu um homem e mais um casal. Pouco mais de uma hora de projeção e um terceiro casal desistiu, minha companheira dormia em meio às cenas lentas e longas e eu parecia ser a única interessada no que acontecia na tela.

Fim do filme. Descobri que mais algumas pessoas (uma moça à frente, um casal atrás, um homem no fundo do cinema) ostentam também o parêntese anterior a esse. Comecemos então pelos motivos das mocinhas: o filme tem Brad Pitt e Sean Penn encabeçando o elenco. Em entrevista Sean declarou que a montagem acabou com o filme. Simples, a montagem tirou 70% das cenas gravadas por ele e tornou seu personagem quase desnecessário. Ele interpreta Jack adulto, mas sinceramente o poço de amargura em que ele se transformou ficou claro em cada segundo da fabulosa interpretação do jovem que faz Jack adolescente. Mas é ele, o Jack adulto capaz de decifrar sentimentos e filosofar que cria o espetáculo que vivenciei!


Brad Pitt prova que sabe fazer cinema e dá vida a um pai que muitas vezes lembra O Pai da Santíssima Trindade (ama Seus filhos e exatamente por isso quer fazê-los melhor que Ele, não apenas à Sua imagem e semelhança, mas Sua evolução). Ele é o “pai que nos machuca” e que sequer conseguimos entender o motivo. Ele bem que tenta responder com palavras tão duras quanto gentis: “desculpa”, “queria torná-los mais fortes, melhores que eu”, “amo você”. Mas ainda questionamos e ainda sentimos as dores por Ele causadas!

Para completar o filme é pura contemplação e sentimento! Big Bang, explosões, vulcões, embriões, células se fundindo, a comunicação entre todos os seres – incluindo dinossauros – e uma singela contribuição para as respostas das perguntas que dão título a esse post.

Foto do olho da fotógrafa. Autorretrato de um olhar
Contemplação autorretrato por Mariana Tavares
Ao final apenas sentimento puro, sem qualquer capacidade de definição me inundavam. Saí da sala com a certeza de que tinha vivenciado plenamente o cinema – imagem em movimento, som de nos tirar do rumo e sentimentos à flor da pele – e sem a menor capacidade de dizer nada a respeito do que tinha visto e sentido. Agora, quase 24 horas depois já consigo descrever um pouco melhor o que vi e senti; e a minha melhor definição? Contemplação e sentimento em imagens em movimento e o principal respostas sem as perguntas, filosofia pura.
Isso nos leva a uma obrigatória desconstrução. Se não tenho perguntas e só respostas, então agora me cabe achar que pergunta cabe em cada resposta! Encontrei singelas contribuições para responder às perguntas do título deste post. E você encontrou as perguntas das suas respostas. E lembre-se de não tentar entender, apenas sentir a profusão de imagens que querem exatamente isso: desconstruir seu jeito de sentir o cinema.

Aos que querem saber se recomendo, digo: se você quer filosofar e sentir, sim! Se você quer se divertir, talvez Onze Homens e um Segredo seja a melhor opção do Brad Pitt! Aqui a melhor crítica que li do filme.


terça-feira, 20 de setembro de 2011

A foto artística e a que se torna arte

É interessante pensarmos que a fotografia para todos os efeitos é uma expressão artística, ao mesmo tempo em que é uma forma de mostrar uma situação, fato e ou momento. Dentro desses conceitos como saber só ode olhar se uma foto foi, desde o seu princípio, pensada e estruturada para ser uma expressão artística e quando pela beleza plástica que revela se tornou uma tendo sido pensada apenas como retrato de um fato?

Um exemplo clássico são as fotos dos mestres Henri Cartier-Bresson e Sebastião Salgado. Ambos fotografam fatos, situações e momentos que poderiam ser perfeitamente encaixados em matérias jornalísticas. No entanto a beleza plástica presente em suas imagens às tornaram verdadeiras obras de arte, algumas de valor incalculável.
Foto de Sebastião Salgado retratando trabalhadores rurais
Em outro grupo de fotógrafos está Anne Guedes que concebe suas fotos desde o princípio como manifestações artísticas, pensando e estruturando as imagens para mostrar sua “obra artística” pensada para figurar em quadros, museus e galerias.
Foto de Anne Guedes retratando a diversidade humana
Mas olhando a foto fatual que se transforma em arte é impossível tirar-lhe esse aspecto. Dentro desses pensamentos poderíamos dizer que a questão central se encontra na intenção do fotógrafo, mas será que apenas a intenção pode definir que uma foto é artística? Confesso que ainda não tenho opinião formada, mas será que alguém tem? E a imagem abaixo onde se encaixaria?
Negra Paisagem por Mariana Tavares

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

TRATAMENTO E TRANSFORMAÇÃO: LIMITES DA IMAGEM

Sinceramente nunca fui das mais adeptas aos tratamentos na imagem. Mas até mesmo quem discorda de seus usos há de concordar que o Photoshop pode melhorar a imagem tornando-a melhor e mais próxima do que realmente era a intenção do fotógrafo. Mas quais são os limites para esse tratamento? Até onde uma imagem pode ser tratada sem ser transformada em outra? Essas perguntas que me rondam, me obrigam a voltar ao tema.

Veja aqui post anterior
Recentemente começou a rodar o mundo uma série de discussões sobre os impactos dos tratamentos de imagem na percepção e aceitação da publicidade, bem como dessa percepção na autoestima das pessoas receptoras das mensagens publicitárias. A questão é bem simples: o tratamento de imagens pode distorcer a publicidade e a notícia de tal modo que os resultados mostrados nas imagens não refletem os resultados alcançados pelos produtos, nem tampouco o fato noticiado. Assim as imagens publicitárias com tratamento excessivo, passaram a ser vistas como publicidade enganosa e as notícias com imagens tratadas passaram a ser vista com desconfiança.
Leia mais
Dentro desse contexto o Congresso Nacional possui hoje diversos projetos de Lei sobre o tema: proibição do tratamento excessivo em revistas de moda e beleza , proibição do tratamento de imagens em campanhas de alimentos, proibição do tratamento excessivo em publicidade de cosméticos e moda. Mas como saber como um tratamento é excessivo ou não e como avaliar se aquele excesso realmente modifica a percepção do consumidor sobre o que está sendo vendido?

Foto do Pão de Açúcar tratada - beleza ressaltada

Alguns países já encontraram algumas possibilidades. Na França é proibido o uso de tratamento de imagens em publicidade e editorial (revistas, jornais etc) para redução de peso de modelos e/ou para transmitir uma juventude que não é real. Já a Inglaterra proíbe todo e qualquer tratamento que não possa ser completamente descrito, detalhado e justificado. A Austrália por sua vez proíbe qualquer tratamento no fotojornalismo, na publicidade de alimentos e cosmética. Esses são alguns exemplos do que já se encontra em andamento em outros países, mas nada muda a essência.
Foto do Pão de Açúcar antes do tratamento.

A verdade é que existem sim bons tratamentos de imagem que possibilitam modificar a percepção do receptor para melhor e clarificar a idéia transmitida pelo fotógrafo e/ou Diretor de Arte, sem que isso seja considerado uma propaganda enganosa de algo. O tratamento de imagens pode e deve ser usado quando a ilusão por ele provocada não gerar no receptor uma interpretação que confrotada com a realidade gere prejuízos a esse receptor.

Dentro desse conceito podemos até arriscar dizer que uma foto que não precise transmitir a realidade ou o resultado real de um produto pode ter tratamento de imagens, sendo que as imagens que necessitam dessa vinculação com o real não poderiam ser tratadas. Simplista assim parece que o tratamento de imagens é algo que deturpa a realidade quando muitas vezes ajuda a revelá-la.

E a verdade é que não temos ainda um caminho que mostre quais são os reais limites do tratamento e até onde a transformação de uma imagem em outra ajuda o trabalho do fotógrafo e melhora a percepção sobre a mensagem que se quer transmitir. A única certeza que há é que o tratamento de imagens não pode transformar a publicidade a ponto de torná-la mentirosa ao consumidor, nem transformar a notícia a ponto de modificá-la; mas esse tratamento pode e deve criar novos parâmetros artísticos, novas concepções fotográficas e estabelecer novos caminhos para a Fotografia. 

A orquídea fotografada sem o tratamento

A foto tratada - nova concepção e novo conceito,
uma outra imagem

A questão que deve ser discutida é como chegar ao equilíbrio nesses contextos e como tornar a leitura e percepção das imagens algo mais acessível a todos, tornando o tratamento da imagem algo claramente compreensível e identificável melhorando assim a comunicação a ser estabelecida entre a imagem e o seu espectador.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O 11 de setembro e as vítimas do preconceito

É interessante pensar e repensar anualmente os acontecimentos do 11 de setembro. Verdade que essa data começou muitos anos antes, quando os Estados Unidos (EUA) iniciaram sua cultura imperialista de querer “dominar o mundo” fingindo fazer diferente. Também é verdade que independente do perfil de um governo e de um povo, para além e, muito além, disso existem pessoas que exatamente por viverem em uma democracia têm o direito de concordar ou discordar de seu governo e seu povo.


A foto Símbolos de um Povo homageia um país com o qual costumo discordar.
Uma questão de respeito.
É focando prioritariamente esses pontos que devemos pensar o 11 de Setembro e o ataque sofrido pelos Estados Unidos em 2001. Ainda hoje, 10 anos depois, o que parece chocar o mundo não é a vontade de um grupo de destruir um país, mas a vontade de um grupo de destruir pessoas que eles acreditam concordar com tudo o que esse país é.

Nessa linha de raciocínio podemos comparar os terroristas; que destruíram as Torres Gêmeas, que atacaram o Pentágono e que forçaram a queda de um avião; aos nazistas de Hitler que exterminavam pessoas pelos simples fato de serem elas mesmas. Nesse contexto colocamos no mesmo patamar os terroristas focados no extermínio de pessoas que vivem nos EUA (não apenas de estadunidenses) apenas por viverem lá com os nazistas exterminando judeus apenas por serem judeus.

Ao conseguirmos enxergar as coisas nesse contexto, concordando ou não com as idéias antiimperialistas que motivaram os ataques, é impossível concordar com os ataques em si. E quando somos as vítimas de algo assim é ainda mais fácil entender a dor e a revolta de quem perdeu alguém em uma situação tão crítica. E não é difícil encontrarmos hoje pessoas na mesma situação. Verdade seja dita os milhões de pessoas que vivem nos EUA continuam vivendo o medo de novos ataques e a constante sensação de insegurança. Do mesmo jeito vivem milhares de muçulmanos sempre apontados como culpados por crimes cometidos por uma minúscula parcela deles. E o que dizer das pessoas LGBT aqui no Brasil vítimas constantes de ataques motivados pela homofobia. Como se vê, o problema todo está em um único ponto: PRECONCEITO!

Ao pensarmos friamente o que motivou e o que levou as torres gêmeas a caírem somos perfeitamente capazes de compreender que tudo é decorrência da simples ausência de um conceito formado e do foco em idéias e conceitos pré-estabelecidos. Ao pensarmos que todo estadunidense ou pessoa que lá mora concorda com a política imperialista de seu Governo ou concorda que o mundo só será viável se todos os países forem EUA estaremos sempre nos esquecendo que o ser humano é o único ser capaz de pensar e de estabelecer conexões que o fazem concordar ou discordar de algo. É pensando assim que prosseguimos com a intolerância, o ódio e o medo!

Foto do estágio das obras de reconstrução da Torres Gêmeas em Abr/2011.
Impossível não se emocionar com a vontade da nação em recosntruir a dignidade.
O que fazer para mudar? Simples, devemos seguir o que está em todo e qualquer documento de conduta, da Bíblia ao Alcorão, dos Dez Mandamentos às Leis de cada país, da Declaração Universal dos Direitos Humanos à nossa Constituição: “RESPEITAR”. Respeitar o próximo como a ti mesmo, respeitar o ser humano igual a você em dignidade e direito, respeitar o “Deus” que vive em cada um de nós.

Porque só o RESPEITO nos permite ver a diferença do outro livre de PRECONCEITO!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Marcha pelo fim da Corrupção, eu quero, mas quero mesmo!


É interessante pensarmos em algo chamado CORRUPÇÃO! Um dia após a Marcha contra a Corrupção que aconteceu no dia 07 de setembro – emblemático isso... risos – me vi obrigada a discutir isso um pouco aqui. E para celebrar a imagem daquele que se transformou em herói nacional.

Primeiro é importante destacar que sou meio a meio. Por enquanto meio favorável e meio contrária a tal marcha. Havia dito “sim” ao convite e me preparei prá ir. Mas, depois de uma noite inteira sentada em uma cadeira dura no Hospital Regional de Taguatinga acompanhando a sogra internada em uma enfermaria com pelo menos mais 300 pessoas amontoadas quase uma em cima da outra, acabei desistindo! E isso porque sou vítima da corrupção. Mesmo pagando mensalmente todos os impostos sou obrigada a aceitar isso.
Desisti da marcha no sol vestida de preto na seca de Brasília, desisti porque saí do hospital depois das 11h, desisti da marcha e não da luta e eis o porque sou meio a meio em relação à marcha. Pergunto o que de prático a marcha propõe e eis o que me aparece:

· Fim do voto secreto (uma das maiores excrescências do nosso sistema legislativo) de deputados e senadores. Ufa, foram necessários vários absurdos para que enfim nos revoltássemos contra o voto secreto de quem por dever deve deixar claro sua posição ali, pois está nos representando e não votando por si. Esquecem que é a nossa opinião e não a deles que devem colocar na urna;
· Fim da corrupção é um objetivo tão amplo como a “PAZ MUNDIAL” das candidatas à Miss Universo;

E o que mais? Nada, isso não tá bom!
Não! Eu quero mais propostas práticas, então acho que a marcha e as 25 mil pessoas que lá estiveram, para minha surpresa, devem ir além. Vamos fazer sim milhares de marchas pelo fim da corrupção, lembrando que esta nasce de nós mesmos. Nasce da nossa ignorância, do fato de não lutarmos pelos nossos direitos e não cumprirmos nossos deveres de cidadãos. Será que se eu exigisse dos eleitos o que cumpriram, será que se eu acompanhasse a execução do orçamento e participasse dele, será que se eu não desrespeitasse algumas leis, será que se todos fizéssemos o correto o Brasil seria tão corrupto?
Então proponho uma marcha para cada tema, uma marcha por mês e para além das marchas que tal começarmos agora a deixar a nossa corrupção diária de lado. Que tal dirigirmos dentro da lei (velocidade certa, na via da direita sempre usando a esquerda só para ultrapassagem, parando na faixa de pedestres quando necessário, utilizando corretamente as setas, com IPVA em dia, sem beber, com todo o arsenal de segurança...)? E que tal seguirmos estritamente a lei na TV (só vermos TV que respeite a obrigação de 20% de programas regionais, só assistirmos aos programas que respeitem os valores do país, aumentarmos os programas educativos no nosso controle remoto)? Que tal então a gente propor coisas práticas e leis e sermos verdadeiramente cidadãos:

· Plebiscitos para grandes decisões e com mais freqüência;
· Obrigatoriedade de que todo e qualquer eleito utilize apenas os serviços públicos – se eles administram têm que usar? Você confiaria na Apple se o Steve Jobs só usasse Microsoft? Você confiaria em uma escola onde o diretor não deixa seu filho estudar? É exatamente o que acontece no Brasil, o “chefe” não usa a “empresa” que chefia;
· Obrigatoriedade de divulgação da declaração de bens de todos eleitos enquanto durar o mandato;
· Fim do mandato eterno. Sinceramente não é razoável um sujeito nada produzir e viver “apenas” de política, então certamente essa pessoa não faz política, pois têm que se preocupar com seu sustento e não com o bem comum. A regra é simples: uma única reeleição, depois queridinho volte para sua vida e abra espaço para que outros exerçam esse dever;
· Vinculação do salário dos eleitos ao salário mínimo e sem enormes distâncias. Hoje um deputado e um senador ganham mais de 40 salários mínimos, então que tal ser no máximo 15 salários para o político nacional, 10 para o estadual e 5 para o municipal?;
· Orçamento participativo em todas as esferas;
· Financiamento público de campanha ou no mínimo campanhas mais igualitárias. Isso significa tempos iguais para cada candidato apresentar suas propostas, debates e não comícios;

E nós, cidadãos não-eleitos, o que poderíamos fazer para acabar com a corrupção?

· Respeitar todas as leis – e todos nós já deixamos de seguir pelo menos uma delas;
· Termos uma Constituição em cada lar brasileiro;
· Conhecermos a Constituição Federal – sabe lê-la, entendê-la e fazê-la acontecer;
· Mensalmente conferirmos aonde foi “investido” nosso dinheiro – aquele imposto recolhido quanto entrou nos cofres, quanto saiu e para quê;
· E claro, se discordarmos de algo exigir os ajustes;
· Acompanhar os nossos eleitos – portanto é obrigação nossa lembrar em quem votamos na última eleição e cobrar de todos os eleitos o cumprimento do que prometeram;
· Para isso somos obrigados a conhecer os planos de todos os candidatos e decidir em cima de planos e propostas e não pela beleza, amizade ou propaganda;
· E é claro que precisaríamos pôr fim às nossas corrupções diárias: pagar um café pro guarda não multar, pedir pra professora passar o filho de ano faltando “só” 0,5 ponto, furar fila, parar de enganar a Receita Federal, declarar certinho o que compramos no exterior...

É acho que se fizéssemos uma Marcha para cada coisa dessa lista e fazermos o que é nossa parte aí sim seria uma verdadeira Marcha contra a Corrupção. Ou você acha que só marchar gritando palavras de ordem já lhe faz cumprir sua parte? Não, então faça. O que propõe de prático, o que traz de inteiro, o que acrescenta nesse debate?!

Veja vídeos sobre o tema:
http://www.youtube.com/watch?v=C2x6uTYWXBE
http://www.youtube.com/watch?v=_ub-3K9Wftw&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=Kpvridzao5E

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quando o trabalho rende boas imagens e idéias

Foto do Palácio do Congresso tirada da frente pelo lado do Senado -
Câmara prato prá cima, Senado prato prá baixo
É interessante pensar que no meu local de trabalho posso captar um universo inacreditável de imagens e situações. Isso porque trabalho literalmente em um cartão postal, ou melhor em um ponto turístico comum nos cartões postais de Brasília.
A minha cidade por si só já é um universo incomensurável de imagens com um céu que quer constantemente nos fundir e confundir levando-nos a crer que o mar é logo aqui no Cerrado. O pôr do sol até hoje não vi mais bonito e parece que a qualquer instante conseguiremos enfim tocar o céu e o infinito, logo ali no fim daquela subida.
Brasília, dizem alguns desavisado que não tem esquina, mas para quê se o cruzamento entre o céu e o infinito tá bem na nossa frente.
Bem, pois é nessa cidade, capital do Brasil, que fica o Palácio do Congresso onde eu trabalho e a Esplanada dos Ministérios. Daqui emana o poder garantido a alguns pelo livre arbítrio de tantos a exercerem o sagrado direito democrático do voto. Nossos parlamentares trabalham aqui, exatamente onde eu trabalho. Nas curvas desenhadas por um Niemeyer socialista que acreditava piamente que essa seria a Casa do Povo e que talvez por isso a tenha feito tão bela.

Foto do Palácio do Congresso tirada do 10º andar do Anexo IV da Câmara,
bela imagem do tamanho do nosso poder
Pena que nessa Casa estejam não apenas os bons representantes do Povo, cada vez em maior número é verdade, mas também aqules que estão apenas a defender seus interesses. Em tempos antigos desta Casa nada nem ninguém ouvia qualquer mínimo barulho a representar-nos, hoje vários sons assim escapam pelas paredes e janelas.

Diante desse retrato, impossível não fazer do meu local de trabalho um dos meus maiores modelos fotográficos. Colocar na imagem o que penso sobre esta Casa é mais do que dizer "Entre, a Casa é sua!", é dizer que eu e todos os brasileiros precisamos que cada um faça a sua parte, é dizer que nossa democracia ainda é muito jovem para a abandonarmos pensando apenas nos nossos interesses, é respeitar nossa história e fazer valer nosso direito, cumprindo nosso dever. É essencialmente alimentar em cada um a certeza de que Bertold Bretch tinha razão e o pior analfabeto é o Analfabeto Político e desse alimento buscar os aliados que com seu voto e sua participação política ainda farão desta a verdadeira Casa do Povo Brasileiro.

Foto dos Dragões a postos para cerimônia oficial.
Pode entrar, a casa é nossa!

Para começar a participar mais acompanhe seu deputados e os projetos de lei no site da Câmara http://www.camara.gov.br/ e seu senador e projetos no site do Senado http://www.senado.gov.br/.

Todas as fotos desse post foram feitas e tratadas no IPhone4.