quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Marcha pelo fim da Corrupção, eu quero, mas quero mesmo!


É interessante pensarmos em algo chamado CORRUPÇÃO! Um dia após a Marcha contra a Corrupção que aconteceu no dia 07 de setembro – emblemático isso... risos – me vi obrigada a discutir isso um pouco aqui. E para celebrar a imagem daquele que se transformou em herói nacional.

Primeiro é importante destacar que sou meio a meio. Por enquanto meio favorável e meio contrária a tal marcha. Havia dito “sim” ao convite e me preparei prá ir. Mas, depois de uma noite inteira sentada em uma cadeira dura no Hospital Regional de Taguatinga acompanhando a sogra internada em uma enfermaria com pelo menos mais 300 pessoas amontoadas quase uma em cima da outra, acabei desistindo! E isso porque sou vítima da corrupção. Mesmo pagando mensalmente todos os impostos sou obrigada a aceitar isso.
Desisti da marcha no sol vestida de preto na seca de Brasília, desisti porque saí do hospital depois das 11h, desisti da marcha e não da luta e eis o porque sou meio a meio em relação à marcha. Pergunto o que de prático a marcha propõe e eis o que me aparece:

· Fim do voto secreto (uma das maiores excrescências do nosso sistema legislativo) de deputados e senadores. Ufa, foram necessários vários absurdos para que enfim nos revoltássemos contra o voto secreto de quem por dever deve deixar claro sua posição ali, pois está nos representando e não votando por si. Esquecem que é a nossa opinião e não a deles que devem colocar na urna;
· Fim da corrupção é um objetivo tão amplo como a “PAZ MUNDIAL” das candidatas à Miss Universo;

E o que mais? Nada, isso não tá bom!
Não! Eu quero mais propostas práticas, então acho que a marcha e as 25 mil pessoas que lá estiveram, para minha surpresa, devem ir além. Vamos fazer sim milhares de marchas pelo fim da corrupção, lembrando que esta nasce de nós mesmos. Nasce da nossa ignorância, do fato de não lutarmos pelos nossos direitos e não cumprirmos nossos deveres de cidadãos. Será que se eu exigisse dos eleitos o que cumpriram, será que se eu acompanhasse a execução do orçamento e participasse dele, será que se eu não desrespeitasse algumas leis, será que se todos fizéssemos o correto o Brasil seria tão corrupto?
Então proponho uma marcha para cada tema, uma marcha por mês e para além das marchas que tal começarmos agora a deixar a nossa corrupção diária de lado. Que tal dirigirmos dentro da lei (velocidade certa, na via da direita sempre usando a esquerda só para ultrapassagem, parando na faixa de pedestres quando necessário, utilizando corretamente as setas, com IPVA em dia, sem beber, com todo o arsenal de segurança...)? E que tal seguirmos estritamente a lei na TV (só vermos TV que respeite a obrigação de 20% de programas regionais, só assistirmos aos programas que respeitem os valores do país, aumentarmos os programas educativos no nosso controle remoto)? Que tal então a gente propor coisas práticas e leis e sermos verdadeiramente cidadãos:

· Plebiscitos para grandes decisões e com mais freqüência;
· Obrigatoriedade de que todo e qualquer eleito utilize apenas os serviços públicos – se eles administram têm que usar? Você confiaria na Apple se o Steve Jobs só usasse Microsoft? Você confiaria em uma escola onde o diretor não deixa seu filho estudar? É exatamente o que acontece no Brasil, o “chefe” não usa a “empresa” que chefia;
· Obrigatoriedade de divulgação da declaração de bens de todos eleitos enquanto durar o mandato;
· Fim do mandato eterno. Sinceramente não é razoável um sujeito nada produzir e viver “apenas” de política, então certamente essa pessoa não faz política, pois têm que se preocupar com seu sustento e não com o bem comum. A regra é simples: uma única reeleição, depois queridinho volte para sua vida e abra espaço para que outros exerçam esse dever;
· Vinculação do salário dos eleitos ao salário mínimo e sem enormes distâncias. Hoje um deputado e um senador ganham mais de 40 salários mínimos, então que tal ser no máximo 15 salários para o político nacional, 10 para o estadual e 5 para o municipal?;
· Orçamento participativo em todas as esferas;
· Financiamento público de campanha ou no mínimo campanhas mais igualitárias. Isso significa tempos iguais para cada candidato apresentar suas propostas, debates e não comícios;

E nós, cidadãos não-eleitos, o que poderíamos fazer para acabar com a corrupção?

· Respeitar todas as leis – e todos nós já deixamos de seguir pelo menos uma delas;
· Termos uma Constituição em cada lar brasileiro;
· Conhecermos a Constituição Federal – sabe lê-la, entendê-la e fazê-la acontecer;
· Mensalmente conferirmos aonde foi “investido” nosso dinheiro – aquele imposto recolhido quanto entrou nos cofres, quanto saiu e para quê;
· E claro, se discordarmos de algo exigir os ajustes;
· Acompanhar os nossos eleitos – portanto é obrigação nossa lembrar em quem votamos na última eleição e cobrar de todos os eleitos o cumprimento do que prometeram;
· Para isso somos obrigados a conhecer os planos de todos os candidatos e decidir em cima de planos e propostas e não pela beleza, amizade ou propaganda;
· E é claro que precisaríamos pôr fim às nossas corrupções diárias: pagar um café pro guarda não multar, pedir pra professora passar o filho de ano faltando “só” 0,5 ponto, furar fila, parar de enganar a Receita Federal, declarar certinho o que compramos no exterior...

É acho que se fizéssemos uma Marcha para cada coisa dessa lista e fazermos o que é nossa parte aí sim seria uma verdadeira Marcha contra a Corrupção. Ou você acha que só marchar gritando palavras de ordem já lhe faz cumprir sua parte? Não, então faça. O que propõe de prático, o que traz de inteiro, o que acrescenta nesse debate?!

Veja vídeos sobre o tema:
http://www.youtube.com/watch?v=C2x6uTYWXBE
http://www.youtube.com/watch?v=_ub-3K9Wftw&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=Kpvridzao5E

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui sua crítica ou sugestão, espero melhorar sempre esse espaço.